A mais recente e completa pesquisa sobre a administração de benefícios flexíveis no Brasil foi apresentada durante o Simpósio Bematize 2018, esta semana em São Paulo (SP). Os dados mostraram que as empresas que flexibilizaram os seus pacotes de benefícios possuem vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes, sem necessariamente investir mais recursos financeiros nos seus benefícios.

 

As empresas da área de tecnologia são as que mais flexibilizam benefícios no Brasil e, embora as restrições da legislação sobre o assunto sejam motivos de insegurança, a contratação de sistemas e consultoria terceirizados tem permitido a implantação de programas bem-sucedidos.

 

O Simpósio Bematize, em seu terceiro ano, cumpre o papel de mostrar a realidade da aplicação de benefícios flexíveis no mercado brasileiro. As empresas que ainda não implantaram podem conhecer detalhes dos programas, e as que já dispõem deles ficam sabendo o que as concorrentes estão fazendo nessa área. Embora a evolução dos benefícios flexíveis no Brasil ainda seja lenta, os resultados são espetaculares”, comentou Ronn Gabay, sócio Diretor da Bematize e um dos responsáveis pela pesquisa.

 

Antônio Linhares, da EY Consultoria, falou sobre estratégias de remuneração atreladas a benefícios flexíveis. Linhares lembrou que flexibilizar benefícios é uma das maiores disrupções na área de Recursos Humanos. “Modelos inflexíveis e padronizações não combinam com a nova realidade que vivemos. Quando a empresa amplifica a experiência do colaborador, ele começa a ganhar coautoria”, defendeu o consultor.

 

O Simpósio também apresentou a experiência do iFood – empresa brasileira líder na América Latina no setor de entrega de refeições pela internet – na implantação de um programa de benefícios flexíveis para os seus 900 colaboradores, os foodlovers. Priscila Fontanelli, responsável pelo programa, explicou que o iFood buscou os benefícios flexíveis como estratégia para avançar no relacionamento com o seu público interno, em geral jovens inovadores que se sentiram empoderados com essa transferência do poder de escolher os próprios benefícios.

 

Entendemos o que o mercado oferece e mapeamos os riscos, olhando para a legislação trabalhista, previdenciária e tributária. Um aspecto importante foi a comunicação, para falar com o nosso público sobre o propósito do programa. Hoje, já fizemos pesquisas internas que comprovam o aumento da satisfação. E conseguimos inclusive ter maior domínio sobre a pressão por lançamento de novos benefícios”, apontou Priscila.

 

Na próxima matéria da série sobre o Simpósio, vamos contar em detalhes os resultados da pesquisa sobre benefícios flexíveis, as práticas mais comuns da administração e quais são os maiores objetivos alcançados pelas empresas.