19 de fevereiro de 2020
No Carnaval, só se exceda em alegria
Vem chegando o Carnaval e quem gosta da festa fica empolgado para escolher as fantasias e definir a agenda da folia. Mas será que as providências para a proteger a saúde também são prioridades nessa preparação?
Um dos principais cuidados, o uso de preservativos (masculinos ou femininos) para prevenir a aids e as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) ainda não é um hábito da maioria da população, apesar das campanhas de conscientização.
Embora 94% das pessoas em idade sexualmente ativa reconheçam a importância da camisinha como forma de prevenção, 45% delas não usaram preservativo nas relações sexuais casuais no período analisado pela Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP), publicada em 2016 pelo Ministério da Saúde.
No contexto do Carnaval, o excesso no consumo de bebida alcoólica pode contribuir com a negligência no uso da camisinha durante as relações sexuais, inclusive durante o sexo oral, o que pode provocar a contaminação não só pelo vírus da AIDS, como herpes, sífilis, hepatites B e C, gonorreia, tricomoníase, candidíase, entre outros problemas.
Abusar do álcool também torna as pessoas mais vulneráveis à ações violentas, por exemplo. Portanto, o uso moderado de bebidas é o principal cuidado recomendado por especialistas aos foliões.
Existem outros comportamentos que oferecem risco de contágio de doenças infecciosas, especialmente no Carnaval. Um deles é o contato com vasos sanitários de locais públicos. No meio da festa, muitas vezes é impossível evitar usar esses locais, mas não dá para esquecer de não entrar em contato com os assentos dos sanitários e de lavar as mãos antes e depois da ida ao banheiro.
Também é arriscado o compartilhamento de roupas e objetos, a exemplo de copos e talheres, algo comum quando grupos de amigos convivem em uma mesma casa, por exemplo. O perigo no caso de copos e talheres é o contato com saliva, o mesmo que ocorre durante o beijo, já que pode acontecer a transmissão de herpes labial, gengivite, HPV, candidíase, mononucleose etc.
Pule fora das gripes
O Carnaval traz ainda mais um alerta: é preciso se prevenir contra as gripes e infecções respiratórias, comuns durante e logo depois da festa. Esse ano há uma preocupação a mais: o surgimento do novo coronavírus na China.
Ainda não existe vacina contra o coronavírus e, embora nenhum caso da doença tenha sido identificado no Brasil até o momento, é preciso manter os cuidados de higiene ao espirrar, tossir ou assoar o nariz, além de lavar as mãos após usar o banheiro e antes das refeições.
Se perceber os primeiros sintomas de resfriado, o melhor a fazer é manter-se tranquilo e procurar atendimento médico.
Testes e tratamento
O sexo seguro, com uso de preservativos, é a principal estratégia de prevenção do HIV, mas existem outras, uma delas é a realização de testes regulares para identificar a doença.
Além disso, como depois do contato sexual o HIV pode levar até 72 horas para atravessar a superfície dos genitais, vencer as defesas do organismo e infectar a pessoa, é possível fazer a profilaxia pós-exposição, com uso de remédios que podem bloquear a infecção. Os medicamentos são os mesmos indicados para tratar os portadores do vírus da aids e, para a profilaxia, devem ser tomados durante 28 dias e até 72 horas depois da relação sexual desprotegida.
Em todas as regiões do país existem Serviços Ambulatoriais de Atenção Especializada em HIV e Aids (SAE) e Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Os endereços estão disponíveis no site do Ministério da Saúde.
Preservar a saúde durante o carnaval requer ainda outros cuidados, já que a festa acontece durante o verão, com altas temperaturas, o comum consumo de alimentos na rua, longas horas de exposição ao sol ou chuva. Pegue essas dicas, cuide-se e divirta-se!
Fontes: Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde