28 de janeiro de 2021
O que a pandemia fez com a nossa saúde mental?
Os especialistas alertaram logo no início da pandemia, no ano passado, que a saúde mental sofreria com os impactos da disseminação da doença em todo o mundo. Dito e feito, o abalo tem sido significativo e faz muita gente procurar ajuda em clínicas de psiquiatria e com psicólogos. Mas muitos estão sofrendo sem o acolhimento necessário, e não são poucos os que sequer reconhecem o problema.
Por isso, agora é hora de desacelerar o ritmo das preocupações, ainda que pareça impossível, mas como? Buscando ajuda especializada e adotando atitudes para enfrentar esse momento que, ninguém duvida, está difícil demais. Tanto que a campanha Janeiro Branco deste ano faz referência aos danos causados pela pandemia e lembra que “Todo Cuidado Conta”.
No Brasil, o assunto é ainda mais relevante porque somos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o segundo país do continente com maior número de pessoas depressivas, 5,8% da população, percentual superior aos 4,4% da população mundial afetada pela depressão. Já os ansiosos são 9,3% dos brasileiros, a maior prevalência de ansiedade no mundo.
A campanha acontece em janeiro por se tratar de uma época de revisão de metas e de planejar o novo ano. Já é a oitava edição e o alvo principal sempre foram os pacientes psiquiátricos, mas agora o chamado é ainda mais amplo, para que todas as pessoas – mesmo as que estejam sem diagnóstico de doença psiquiátrica, mas que precisem de ajuda especializada para enfrentar solidão, irritabilidade, angústia, tristeza, raiva – procurem suporte para a saúde mental.
Impactos no mercado de trabalho
A ansiedade com as incertezas sobre o futuro em razão da crise econômica agravada pela pandemia, pelo risco de contaminação e pelo medo da morte, e a depressão como possível reflexo do isolamento social são causas comuns para o afastamento do trabalho, o que não deixa de trazer prejuízos para a imagem da pessoa.
Ou seja, quanto maior o sofrimento psíquico pelo sentimento de impotência diante da pandemia, piores podem ser as consequências para o desempenho profissional – situação mais delicada em um ambiente de redução das oportunidades de emprego e renda.
Ajuda contra o sofrimento
A boa notícia é que, além da ajuda especializada, existem outras saídas, a começar por reconhecer que algo está errado, seja a angústia causada pelo medo e a insegurança, ou distúrbios do sono, ideias suicidas, abuso de substâncias psicoativas, entre outras questões.
Exercícios físicos e de respiração, meditação, o contato com as redes familiares e de amigos, ainda que de forma virtual, trazem benefícios e podem aumentar a estabilidade emocional e reduzir o estresse.
No ambiente de trabalho, profissionais em sofrimento emocional precisam do olhar atento das lideranças e também do RH, que devem utilizar a comunicação permanente para estar mais próximos das pessoas e de suas necessidades.
Fontes: Associação Brasileira de Psiquiatria e Campanha Janeiro Branco