Imagine uma doença que age silenciosamente e nada menos do que 80% dos seus portadores não apresentam um sintoma sequer. E mais, em até 85% dos casos ela pode se tornar crônica, podendo trazer complicações. Trata-se da hepatite C, provocada por um vírus que promove um processo infeccioso e inflamatório no fígado. Ao longo do tempo, 20% dos casos evoluem para a cirrose hepática.

Embora esse prognóstico assuste, existe uma saída simples: como as formas de transmissão da hepatite C são bem conhecidas, é possível evitar comportamentos de risco. E a atenção também deve ser dada ao diagnóstico precoce. O tema é tão relevante que a Organização Mundial da Saúde criou o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, celebrado em 28 de julho.

Afinal, onde estão os riscos de transmissão da doença?

Saber quais são as situações que oferecem maiores chances de contaminação é essencial para evitar a hepatite e outras doenças virais. • Uma das principais formas de contágio da hepatite C é o contato com sangue contaminado, portanto, não se deve compartilhar agulhas, seringas e quaisquer objetos para uso de drogas. • Não é incomum acontecerem problemas na esterilização de equipamentos de manicure e no material para a realização de tatuagem. Por isso, é importante ficar bem atento nessas circunstâncias, e o ideal é não compartilhar alicates, lixas, espátulas, além dos instrumentos de tatuagem. O vírus da hepatite C pode sobreviver quatro dias fora do corpo humano. • Equipamentos médicos ou odontológicos também devem ser utilizados sob rígidos cuidados de biossegurança. • Relações sexuais sem o uso de preservativos são vias de contágio; sendo assim, sexo só com camisinha. • A doença pode ser transmitida de mãe para filho durante a gestação ou parto. Portanto, antes de engravidar, é preciso fazer exames para detectar as hepatites B e C, HIV e sífilis.

Mitos da transmissão

A hepatite C não é transmitida pelo leite materno, por comida, água ou contato pessoal – a exemplo de beijo, abraço, e compartilhamento de alimentos ou bebidas – com uma pessoa infectada.

Teste para diagnóstico precoce

Como você já sabe, é raro surgirem sintomas da hepatite C, e a doença é normalmente descoberta na fase crônica, quando podem surgir complicações. Por esta razão, o teste de rotina, ou aquele realizado quando a pessoa pretende doar sangue, é fundamental para identificar o vírus. O teste tem o benefício de poder apontar a presença dos anticorpos anti-HCV e, se for positivo, demanda um exame de carga viral a fim de confirmar a infecção ativa pelo vírus.

Tratamento

Uma vez confirmada a doença, a boa notícia é que existe tratamento e chances de cura em torno de 90%. Os antivirais de ação direta, medicamentos mais utilizados nessas situações, podem barrar a infecção. Ainda não existe vacina contra a hepatite C, e o recomendado é que os portadores do vírus recebam as vacinas contra hepatites A e B, gripe e pneumonia.  
Se não foi possível evitar, conheça os sintomas
Na forma aguda da doença, que antecede a forma crônica, podem surgir sintomas como perda de peso e cansaço, mal-estar, náuseas e vômitos, dores musculares e icterícia. A hepatite C é assintomática mesmo quando o fígado já foi bastante afetado. E o pior é que a evolução da doença é lenta, o que atrasa muito o diagnóstico. Em quadros graves de hepatite crônica, há risco de cirrose, câncer no fígado e insuficiência hepática. Fontes: Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS) #saúde #hepatite #beijo #vacina #doençasvirais #vírus #hepatitesvirais #hepatiteC