No cenário de contínuas mudanças tecnológicas e de transformações nos modelos de consumo, as empresas são provocadas a apresentar inovações em produtos e serviços em ritmo acelerado. E muitas delas já perceberam que não é possível estar preparada para este desafio sem uma mudança de cultura corporativa. Neste contexto, as áreas de Recursos Humanos foram lançadas a uma posição estratégica como nunca antes no ambiente das corporações. E pela óbvia necessidade de transformações no perfil dos RHs, algumas respostas já estão surgindo. A principal delas é a chamada inteligência exponencial, porque é gerada a partir do processamento de grandes volumes de dados.
Durante palestra no Simpósio Bematize 2017, Ronn Gabay, sócio-fundador da empresa, traçou um mapa com os principais aspectos que devem caracterizar a atuação dos RHs a fim de alcançar o seu objetivo: a melhor experiência do funcionário. “A maioria das empresas tem hoje dificuldades na comunicação com os seus colaboradores, métodos de trabalho desatualizados, pouca tecnologia. A dificuldade aumenta quando se trata de alcançar funcionários distribuídos geograficamente em projetos diversos e aqueles que atuam em home office. É hora de se preparar para o novo, passando a pensar de forma exponencial”, ressaltou Gabay.
Confira o mapa dos principais fatores para melhorar experiência do funcionário:
1. Informação e comunicação
A grande dificuldade para a revolução do RH é a descentralização das informações e a incapacidade de administrar seus bancos de dados, o que prejudica a comunicação com seus públicos distintos e a percepção de valor do funcionário.
“A folha de pagamento é a fonte de dados principal, e dela os RHs extraem os dados, muitas vezes manualmente, para passar aos fornecedores de assistência médica, seguros de vida etc. Acabam sendo várias bases de dados separadas, e por isso desatualizadas. Se a empresa quer tratar os funcionários de maneira individualizada, precisa centralizar e atualizar a base de dados”, afirmou Ronn Gabay.
2. Segurança da informação
Embora tenham políticas estruturadas de confidencialidade, muitas empresas cometem deslizes com a segurança dos dados. Ronn Gabay lembrou que uma situação comum acontece na transferência de informações de colaboradores para corretoras de seguros, por exemplo. “Dados como matrícula, CPF e salários dos funcionários são inseridos em planilha anexa em e-mail sem criptografia. Um analista da seguradora recebe essa relação confidencial, manipula e repassa. Se os dados caem em mãos erradas no mercado é possível imaginar as consequências” alertou. A integridade da informação é ameaçada pela falta de centralização. Uma base única e íntegra e a confiabilidade dos fornecedores garantem a segurança.
3. Agilidade dos processos
Em processos de admissão de funcionários em que há defasagem tecnológica e muita atividade manual, os dados de um novo colaborador podem ser redigitados mais de cinco vezes, considerando que as informações precisam ser imputadas nos sistemas de todas as operadoras de benefícios. Em um processo ideal, a manipulação dos dados deve ser a menor possível, com atualizações realizadas em sistema integrado e pelo próprio funcionário.
4. Qualidade das entregas
Problemas na qualidade das entregas causam os maiores desgastes na imagem do RH. Os motivos são os erros operacionais e, para melhoria contínua, é essencial determinar indicadores que possam revelar os graus de insatisfação dos funcionários. Processos automatizados e ferramentas para a realização de pesquisas são aliados valiosos da equipe de Recursos Hmanos.
5. Lidar com a diversidade
Esse talvez seja, hoje, o maior desafio do RH. E os benefícios flexíveis são a resposta mais eficiente, já que a personalização pode aumentar a conexão e o sentimento de pertencimento do colaborador com a empresa. Vale reforçar que a aplicação de pesquisas de satisfação é essencial porque pode revelar problemas na comunicação.
6. Redução de custos
Automatizar processos reduz custos pelo aumento da eficiência, redução dos arquivos físicos e otimização do orçamento de benefícios. “Elevar o nível tecnológico dos RHs é uma prioridade. A obrigatoriedade de usar ferramentas globais, no caso das multinacionais, que tendem a ser mais caras e menos adequadas às necessidades locais, é uma desvantagem. Muitas filiais conseguem provar às suas matrizes as vantagens da tecnologia local para gerenciamento de benefícios”, apontou Ronn Gabay.
Na próxima matéria da série, conheça os pontos mais importantes da reforma trabalhista, que começa a valer agora em novembro, saiba o que não mudou na lei e como fazer o gerenciamento estratégico.